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sábado, 9 de agosto de 2014

Quando a foto passa a ser apenas uma história que já não é mais relida. O que fazer com todas as certezas que agora estão guardadas na gaveta?
Muitos anos se passaram desde a primeira noite de sorriso sem motivo.
Se o passado bate incessantemente em sua porta é hora de trocar a fechadura e fechar a casa das memórias.
Ela pegou o que guardou do abraço apertado, do beijo calado e se perguntou se todos os tempos em que o tempo parou para eles continuarem por um novo caminho, não era na verdade o mesmo antigo modo deles caminharem sempre distantes um do outro.
Muitos anos passaram, muitos relógios quebraram e ela ainda lembraria da rua de promessas, das palavras desmedidas, do final feliz e da música trazendo ausência.
Atrás da porta deixou em segredo a chave de todas as suas chances desperdiçadas.
Se você for embora...
Se você voltar...
Se o meu tempo resolver parar de brincar...
Ela vai mentir. Vai dizer que desta vez já não precisa mais.
Irá perguntar se isso realmente importa. E a cada novo ato vai fechar as cortinas e esperar que aplaudam o final que ela impõe para a platéia cansada do mesmo ato repetido incansavelmente.
A cada trovão e tempestade feita em tempo seco, ela irá se culpar e se desculpar.
Quando o palco estiver vazio, vai dançar a solidão e brindar com suas lembranças o que poderiam ter sido e não foram.

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