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domingo, 24 de outubro de 2010

O que vc faria ?

Fui ao meu primeiro enterro quando era bem pequena...
Não entendia nada daquilo que se passava em minha volta. Só me perguntava: Como aquela pessoa ali deitada sabe que não está mais viva?
Ai, eu entro naquelas livrarias, vejo a quantidade de livros que eu não li, todos os amigos que eu ainda não fiz, em todos os primeiros beijos que eu ainda não dei, em todas as histórias que não conheço...
O que eu queria mesmo é viver para sempre.
Será que eu vou ter tempo para viver tudo o que eu quero viver ?
Não, o desejo é infinito mas minha vida é finita
Thoreau dizia " A maioria dos homens vivem em silencioso desespero". O meu desespero é querer tudo ao mesmo tempo e agora.
Se o mundo fosse acabar amanhã, o que você faria ?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"Click"

Acho que já nasci apaixonada, primeiro pelo meu pai e desde então me apaixono todo dia. Na verdade não é que eu me apaixone por milhares de homens...é simples, eu me apaixono por cada personagem que eu crio com o rosto daquela pessoa.
Quando eu tinha uns 5 anos era apaixonada por um japonesinho da minha escola e como não sou de esperar muito...logo pedi ele em namoro. Pronto meu primeiro namorado! Lindo!
Depois eu fui crescendo, vendo muito filme e lendo muitos livros românticos e ai, ai eu comecei a procurar um principe encantado.
Achei, durou uns três anos a minha paixão doentia por um cara que eu via uma vez por ano durante 15 dias e era ele que estampava todas as páginas do meu diário com diversos corações. A paixão é meio brega!
Só que diferente do japinha eu não tomei atitude nenhuma, eu gostava dele assim, longe...Olhava da porta da minha casa ele passando e sentia um frio na barriga e um aperto no coração horrível e isso me alimentava...
Foi quando eu olhei a minha volta e vi que todas as minhas amiguinhas já tinham dado o primeiro beijo e estavam apaixonadas por gente real...Isso me frustou tanto, poxa, eu não queria algo real eu adorava brincar com a minha imaginação.
O engraçado é que o cara que eu dei meu primeiro beijo, na chuva por sinal bem romantico, eu não me apaixonei...Foi um beijinho e pensei..."Ah isso é o real? Gostei." Gostei tanto que não quis saber de dar um beijinho só nele não, tinha que aproveitar. Aproveitei pouco, penso eu. Não deu nem um mês e eu já estava apaixonada por outro...Beijo no cinema, em festinhas...Tudo escondido, é, ele tinha namorada. Mais uma vez eu era louca por algo que não existia, só existia comigo...Eu e minha maldita imaginação fértil!
Foi com esse caso que eu aprendi a fazer os meus enterros da paixão, simples assim, você coloca a música que mais te lembra a pessoa no volume máximo...Ai grita, chora, se olha no espelho para ver se seus olhos clareiam e pronto. Morto e enterrado. Já era!!!
Fico impressionada, porque dá certo mesmo. Não passou nem quinze dias dessa minha paixão devassa e eu "Click" vi ali na minha frente o cara que eu fiquei apaixonada durante pelo menos uns quatro anos. Tudo começou quando ele achou meu brinco caido no pátio da escola...Não teve jeito, foi uma coisa louca que até hoje eu não sei explicar...Só sei dizer que ele foi meu melhor amigo quando eu mais precisei. Era meu porto seguro, mesmo eu sendo totalmente insegura do lado dele...Vai entender...
O enterro desse dai eu só consegui fazer a pouco tempo...
Bom, quando acabou essa tempestade veio uma calmaria imensa. Jurava que depois daquilo, nunca mais sentiria nada parecido em toda minha vida.
Ingenuidade a minha, senti sim...Diferente de todas as minhas outras paixões...porque dessa vez ele também gostava de mim. Com isso eu não soube lidar, aliás até hoje acho que não sei lidar.
Durou bastante até, digo até, porque eu fazia de tudo para que como nos outros casos, não fosse real. Mas era real, bem real...Surtei!!!
É dificil entender que os outros podem se apaixonar por você também...Assusta muito.
Veio então, a fase que eu fiquei mais tempo sem me apaixonar. Me apaixonava, claro, mas nada marcante. Era bem rápido e logo eu fica sozinha de novo.
Vieram minhas paixões de Santos, da Argentina, da Espanha, França aonde eu ia me apaixonava.
Até que eu já tinha me acostumado a ideia de não viver tão intensamente esse sentimento. Ai surgiu ele, que assim como surgiu, foi embora...Esse ai eu enterrei durante uns 9 meses e o falecido vinha me assombrar direto. Acho que depois de tanta assombração quem me enterrou foi ele...
Gosto desse sentimento, porque ele nunca é igual e vem quando você menos espera... Você olha, sem querem prende a respiração e pronto, aconteceu. Quer algo mais simples e complicado que isso?
É desse simples e complicado que sou feita e não sei viver sem...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um garotinho sentado no fundo da sala

Tinha 18 anos quando eu entrei naquela sala de tantos olhos curiosos a me observar.
Fiquei assustada, porque é preciso muita coragem para enfrentar a espectativa dos outros em cima de você.
Fui chamada para ajudar e não tinha noção do quanto esses olhinhos iriam fazer com que eu me tornasse uma pessoa melhor, que sentisse muito mais a dor que outra pessoa pode sentir.
Lá no fundo daquela sala de aula avistei um rostinho que mostrava o quanto precisava carinho. Quem sabe aquele rosto apenas refletisse o que eu precisava. Não importa, lá naquela sala de tanta gente e de tando sentimento misturado eu vi aquele garotinho de cabelos negros como a noite sem Lua e me encantei.
Desde aquele dia, não sei explicar o porque, eu prometi para mim mesma que eu estaria do lado dele para o que ele precisasse.
Já se passaram alguns anos, acho que nem sempre eu estive presente em todos os momentos que ele precisou, mas eu tenho certeza que nos momentos que eu olhei com olhos de ternura para esse menino eu fiz alguma diferença e nessa "alguma diferença" que eu me prendo e coloco minha esperança.
Não importa o porque e eu não saberia explicar se me perguntassem, mas ele é aquela pessoa que eu olho e penso.." para ele eu guardei um pouquinho do amor que eu não sei lidar"...

Sentir

Sabe aquele friozinho que se sente na barriga quando se está apaixonada ?
É tão bom sentir ele...Tenho saudade de sentir o primeiro beijo, o quase toque da boca.
Quando se cresce perdemos isso, ou talvez de tanto se procurar se esquece o que realmente estavamos procurando.
Acho que essa segunda opção é meu caso. Eu já não faço ideia do que procuro, pode ser que esteja na minha frente balançando os braços e dizendo "Hey eu estou aqui" mas mesmo assim eu não consiga ver...
Ou será que eu tenho medo de enxergar?
Sim, porque eu consigo dar amor o que eu não consigo é receber...
Tenho medo de ao receber carinho não saber viver sem depois e depender dos outros é o que mais assusta...depender de alguém é tirar minha tão sonhada liberdade.
Agora, ao dar amor eu posso ir longe, mas eu escolho e só depende de mim. Eu ponho o limite.
Acho que no fundo da minha teoria clichê fique apenas a certeza de que muitas vezes eu me rodeio de gente vazia de sentimentos para não ter que lidar com eles...Sentir eu sei, o que eu não sei é o que fazer quando alguém está sentindo...

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