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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Me de um tempo! Se fosse a muito tempo atrás...
Então aceite só mais essa noite. Que essa é a nossa última e ficará na lembrança, com o gosto aflito pela espera tardia. Paixões. Na calada da noite te peço e me despeço. Tornando o que era nosso, perdido na história. Assim como ficarão pedidos os olhos buscando a vontade que adormeceu nessa noite escura.
Acorda, vem olhar a Lua. Vem sentir o cheiro da minha saudade anunciada.
Vou deixar voce dormir só mais um pouquinho e te observar fazendo que nosso silencio fale por mim. Nas asas da noite me precipito e mais uma vez na minha forma incoerente de ser desenho com minha sombra o limite da minha espera. Só me encontro quando me perco.
Não acenda a luz, espera só um pouquinho enquanto eu escondo minha dor. Acho que ainda não sei o que fazer com a paz dessa noite fria.
Risca o céu estrelas cadentes e lhe faço o pedido de não te encontrar tão perdido. Olhos que me olham e não podem me alcançar. Nesse jogo de quem procura a gente já não consegue se encontrar. Derramo minha doçura e te encontro no meu momento mais perfeito.
A única coisa que entendo é que não me encontro com ninguém. Sou adversa ao que faz sentido. Porque o que faz sentido, não me faz sentir.
Gira mundo...e por mais que as coisas voltem todas ao seu devido lugar eu pareço nunca estar no ciclo em que deveria estar.
Faz tanto tempo que o tempo não para que já perdi a noção e a conta de quanto tempo faz. Para só um pouquinho, para. Deixa eu dormir essa noite sem o peso de ter que definir meu destino.
Sossega relógio! Só hoje me deixa ser criança outra vez. Não acelera tempo meu, que o peso de seus ponteiros me entristecem.
Nostalgia do tempo que se esfarela pelo ar, me deixa dormir protegida no colo de meu pai.
Que essa história continua escrevendo em meu corpo a história de quem sempre briga com as horas. Não é agora. Não é nosso momento. Nunca chegarei a tempo passar e eu ficar. Tranquiliza medo meu, que nessa brincadeira de ver as horas passarem, uma hora ela não passa mais. Que peso novo é esse que me deixa encurralada e acuada como bicho livre que é preso?
Por que me limitam e me pedem para ser o que nunca conseguirei ser? Passa tempo, faça de minhas histórias sem final, passatempo.
Roda mundo e não passa meu passado, me lembrando a cada novo passoa promessa do "pra sempre".
Tempo que aquece a saudade e eterniza paixões, mas que está sempre no contratempo do que vivo. Passa tempo e por que não passa esse jeito arisco de brigar contra o caminho que encontro? Meus personagens já não cabem em mim. E ao ve-los soltos a minha frente me pergunto quem sou eu. Nesse monte de histórias não me encaixo com ninguém. Nem comigo. Então para tempo meu, só para que pelo menos por esse minuto eu não veja nosso tempo voar pelas mãos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Pega na minha mão, fala baixinho no meu ouvido. "Vamos embora". É disso que eu gosto, da parte de ir embora. De ser a lembrança que invade sentimentos que se enredam no corpo do outro e que assim, sem que se perceba, faz falta. Beija meu rosto, me enlaça em um abraço apertado. É isso que eu quero laços...
Posso estar esperando muito do futuro e quem sabe, agora não seja o amanhã que eu tanto quero.
Posso ir para longe, bem longe? Não precisa vir junto...Mas me espera? Quanta espera nas minhas histórias.
Conversas de bar em bar. Uma história simples de se contar. Mas, e se...não, sem talvez dessa vez.
A frase que mais tenho escutado nos últimos tempos é "Voce sumiu". E a minha resposta é sempre a mesma "Desculpa". Não tenho justificativa para meus sumiços. O fato é que eu venho tentando, eu tento estar em todos os lugares mas estou sempre pela metade em tudo que faço. Preciso de um tempo, preciso respirar e sinto muito não sei viver sem ser assim, sozinha.

O que é que está acontendo? Sinto muito...Conheci alguém que me disse "vem que eu cuido de voce". Não quero que cuidem de mim, não quero nada do outro. Não consigo me acostumar a precisar de alguém. Estou cansada. É cansativo criar e recriar histórias o tempo todo em minha mente.  "Voce não pode ser assim", '"voce não decorou seu texto", voce não disse que ia sair comigo hoje?", "cade voce?", "voce não tem foco na carreira", "voce precisa emagrecer uns quilinhos", "voce não tem mais idade para isso", "chega desse cara, voce merece coisa melhor","quer ir no cinema comigo?", "voce não me procura", "voce precisa trabalhar em algo sério", "isso não é ser atriz!", "quantas peças voce viu esse mes?", "quando voce vai levar algum homem a sério?", "ainda com esse cara?", "já fiz a nossa programação", "voce não vai dar conta", "para de brincar de casinha, voce não vai aguentar", "tia, voce me leva na aula hoje?", "Porque voce não me ligou?", "aonde voce estava?", "eai vai resolver ficar comigo direito quando?", "voce só faz escolha errada", "é ridículo voce não sair com a gente", "tá na hora de casar", "se voce não for atrás voce vai ser uma atriz de bosta", "desiste, muda de profissão", "eu desisti de voce", "ele é gente boa. Da uma chance'..."Voce sumiu..."
Pois é sumo, assumo que eu procuro em tantos espaços a resposta que não encontro. Aqui, dentro de mim minha alma grita sufocada. Não me encaixo com ninguém e quando percebo isso me assusto, recuo e volto para a etapa inicial das relações. Desculpa não procurar, ou não ir atrás é que por baixo da minha armadura de mulher feita, sou feita de medo, muito medo. Tenho medo de gente e muitas vezes fico cansada delas.
Quando começo a entender o outro me afasto porque não sei o que fazer com o que sinto. Pausa. Posso respirar? Posso ter mais um tempo antes de estragar tudo?
Medo, medo, medo...O que eu faço com voce? Não encontro mais desculpas para tudo que deixo para trás. Não me arrependo, mas vou perdendo...O que não entendem é que nos meus sumiços repentinos eu não esqueço. Preciso estar longe para ver com clareza o que me faz falta.
O que é que me faz falta? Falta tanta coisa o tempo todo que a gente se preenche de coisas que nos deixam ainda mais vazia. Eu quero completar meus espaços vazios com o que encontro nas pessoas, mas é que eu tenho encontrado tanta sombra...Eu vou dar um jeito. Vai passar e vai passando gente, tempo, histórias. E que passe saudade e esse meu jeitinho complicado de gostar.
Silencio...eu não sou feita de palavras..é preciso provar o sabor do que eu sinto.



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Uma de minhas melhores amigas vai se casar.  E como é bom fazer parte de mais uma das muitas etapas que já vieram e que ainda virão. Tem gente que passa a vida toda procurando alguém que se encaixe no nosso abraço, que queira compartilhar do nosso passado, viver nosso presente e contruir junto um futuro. Acredito em alma gemea. Em duas pessoas que se encontram no meio da multidão. Mas assim que minha amiga me contou da sua decisão de juntar as escovas de dentes pensei..."Por que?"
Procurei as respostas para minha pergunta e encontrei algumas coisinhas...
1- Vida a dois. Aquela coisa de dormir e acordar juntinhos todos os dias, de ter o lugar certo na cama, de criar uma rotina nova, de se recriar. Querer voltar para casa todas as noites para partilhar o que aconteceu em seu dia ou simplesmente para esquecer de seu dia nos braços de quem tem o abraço que te alimenta. É matemática pura, somar, dividir, multiplicar...
2- Liberdade. Sim, liberdade de ir e vir e saber que aonde quer que voce esteja lá estará ele junto para ser o amparo, o apoio ou a própria asa que te faz voar.
3- Lar. É alí que eles se encontram, para sonhar com a vida que querem levar. Simbolo da união de duas pessoas que se querem bem. Lá, no lar porto seguro do amor.
4 -Família. Construção demorada e duradoura.
5- Os domingos. Dizem que nos domingos a gente descobre quem é casado. É quando a gente observa claramente os casais a nossa volta. É dia de calma, dia de jogo de futebol. Último suspiro antes do começo da semana. No meio daquele tédio de final de tarde. Lá está ele seu companheiro para as alegrias e domingos monotonos.
6 - Sexo. Ah o sexo. É ter sempre o cheiro do outro na pele. É descobrir pouco a pouco o mapa do corpo do outro. Criar e recriar.
7- Dinheiro. Dizem que casais que compartilham finanças são mais estáveis e tendem a acumular mais patrimonios.
Enfim, achei milhares de motivos que fazem com que uma pessoa queira dizer aquele tão aguardado "Aceito". Mas só me convenci com uma razão.
Casa-se porque se ama. Não há outro motivo que justifique. Casamento é a união de duas almas que se encontram e que já não veem motivo para não estarem coladinhas uma na outra. Casa-se para dar ao amor seu melhor tempero. O tempo.
Me pediram para escrever sobre casamento. Casamento? Logo eu que nem sobre namoro sei...Fiquei pensando a respeito. Como falar sobre algo que desconheço?
Procurei encontrar alguma relação que me inspire a falar sobre esse bicho invisível que deixa nosso coração apertado e nos faz de repente amar...
E vejam só que ironia...encontrei em uma relação que não presenciei. Minto, presenciei sim, presenciei dia a dia nos olhos de uma mulher que nos últimos 40 anos foi fiel a um amor sem igual. Quando, na minha inexperiencia sobre relacionamentos, lhe perguntei o que era casamento ela me respondeu: "É a união de duas almas". Achei a resposta tão cliche, embora, pensando melhor, casamento é uma coisa tão cliche quanto "Casaram-se e foram felizes para sempre..."
Mas minha avó foi mais fundo em sua resposta padrão. "é uma união de almas. Há 40 anos meu marido foi embora, mas eu o sinto presente a todo momento, a todo instante...Casa-se porque se ama.".
Amor que se alimenta do tempo. Que é chama e quando um já não está presente o outro a alimenta pelos dois. Talvez seja isso que eu veja nos olhos de minha avó. Uma chama que não se apagou e que segue lá constante, como são constantes os minutos que os separam...
O amor é cafona, como diria o compositor, é o ridículo da vida, mas seria mais ridículo passar a vida toda com medo de amar.
Enfim, voltando ao tema casamento. Casa-se para confirmar algo que foi construido dentro da gente. Se casa pelo desejo do eterno, do para sempre. Se casa pelo cliche que é viver e deixar viver.
E eu que no começo de meus pensamentos pequenos achava que não entendia e não poderia falar sobre relacionamento começo a mudar de opinião, porque sou assim mesmo, inconstante. Nas minhas relações desastradas e sem título eu busco algo que as torne eternas, pelo menos em minhas lembranças.

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