Ensino a distânica....de afeto

Nas minhas brincadeiras infantis sempre era a professora mais legal do mundo. Daquelas que todos os alunos iam contar seus problemas, seus casos e eu dava atenção a cada um deles...
Essa brincadeira agora é real. Tão real que assusta. E essa tem sido minha angustia. Eu quero ser a professora das minhas brincadeiras, não essa real que não tem tempo...
Qual a diferença de ser um professor e um educador? Eu quero ensinar aquilo que não tem no livro e que não tem resposta exata...
Hoje dei uma daquelas broncas difíceis de dar. Ainda não me acostumei com a idéia de ser levada tão a sério e devo admitir...Como é bom ser levada a sério.
Sou apaixonada por cada um daqueles seres que me olham com olhos atentos e vontade.
Como eu tenho vontade de parar o tempo em cada um deles e conseguir dar mais atenção...Essa idéia de que ao sair da escola já não estou mais dando aula, não condiz comigo. Não sou assim, não acredito em ensino a distância e muito menos em ensino com distância de afeto.
Hoje na minha "filosofia do dia" disse aos meus alunos coisas difíceis de serem escutadas, mas ainda mais difícil de serem ditas.
O engraçado é que o discurso que eu fiz para eles, serviu mais para mim...Eai, vocês vão deixar o tempo passar? Vão deixar essa aula ser só mais uma aula? Talvez as respostas quem deva dar sou eu. A pergunta que eles me fazem, mesmo sem saber é "Eai, quem ensina o que a quem ?".

Suspiro Profundo

Socorro!!!!!!
O tempo tem me alcançado com uma rapidez inacreditável...
Paro, respiro...Cade aquele momento que estava aqui agora?
O tempo levou...
E essa luta mortal me consome pouco a pouco.
O tempo não consegue acompanhar a minha vontade de ficar um pouco mais.
Tenho andando muito ocupada, talvez comigo, talvez com o nada. Só sei que não tenho o tempo a meu favor.
Hoje me ligou um amigo, alguém que quero muito bem e a angustia de não poder estar perto dele me fez mal.
Faço parte de diversos mundos diferentes e o mais estranho é que nenhum está ligado a outro...Me divido, me reparto para poder estar presente por inteiro. Mas esse inteiro dura segundos.
Como eu gostaria de ter 24 horas só para escutar o que aqueles olhos querem me dizer. 24 horas para decifrar o que aquele gesto quer me mostrar.
Minha família, meus alunos, meus acampantes, meus professores, meus amigos, meus amores, meus planos...Não tenho conseguido dar a atenção necessária a cada um deles.
Tento escapar, mas não tem jeito, quanto mais eu corro mais fácil fica para o tempo me alcançar. Parece obvio, mas na prática, não é não.