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segunda-feira, 4 de junho de 2012

E a gente corre demais. Chegando algumas vezes a atropelar o tempo. Tudo tem que ser já, sem demora, sem espera. Pressa que devora os sentidos e a gente nem sente mais. É um beijo trocado aqui, palavras soltas lá. Cuidado para não perder tempo demais...Corre, passa por cima. Aonde é que a gente quer chegar com tanta pressa?
É aqui, agora. Pressão. Que sufocante é a vida dos apressados. Que triste é parar e ver que tudo passou. Passa e fica a vontade esquecida por tantas coisas novas que ganhamos na corrida. Correr exige leveza. Leve é aquele que não carrega consigo o peso de sua história.
Preciso por os pés na areia. Sair daqui. Ser normal me esgota e estou cansada.
A primeira vez que vi o mar me apaixonei. Fui engatinhando em direção a ele encantada com sua imensidão. Quando criança sentada na varanda observando a paz que a tempestade traz cheguei a conclusão de que o mar era infinito e então me apaixonei novamente.
 - "Que idiotice!" - Disse meu irmão. - "O mar tem fim sim...". Eu não acreditei nele, porque geralmente acredito no que sinto e naquele momento os meus olhos podiam estar enganados, mas o meu sentir, não. Aquela imensidão azul era um mistério e é preciso mistério para se apaixonar.
Outra vez, minha mãe foi me buscar no meio das pedras. - "Menina, sai dai. A maré vai subir e o mar é traiçoeiro." Foi a primeira vez que eu tive medo daquilo que eu mais gostava e digo que é horrível temer o que se quer.
Aprendi então a observar o mar de longe. Sentada na praia. Talvez essa seja minha forma de gostar. Distante...

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