Total de visualizações de página

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

"Olhe dentro dos meus olhos. A criança que existia em mim morreu."
Não, nada morre assim tão fácil de dentro da gente. Seja um sonho, um amor, uma idéia, uma vida...
Me olho no espelho. "Acorda sonho meu!" "Acorda inocencia minha, que acreditava em príncipes encandados."
Quando minha amiga, a minha companheira de ideologias me mandou uma mensagem dizendo que já não existia dentro dela nada dos ideais que um dia a gente sonhou lutar, entendi de onde vem a minha angustia. O medo de que morra dentro de mim o meu mundo de faz de contas, que me faz acreditar que ainda posso mudar algo nesse mundo. Tenho medo de esquecer tudo que vivenciei e tudo que meu coração guardou de todas as histórias que escutei e de toda a gente que  de dentro dos olhos vi uma criança habitar.
Aquele homem mostrando com orgulho e humildade a sua pequena casa em uma ilha isolada no meio de um império devastado, aquele senhor puxando com resignação a cadeira para que eu me sentasse em um mundo onde ele só via de fora. Aquele menino que me mostrou sem perceber que o que eu mais queria era o conforto de seus braços, ou aquela senhora que passou a mão em meu rosto e em seus olhos vi refletida uma vida que se acabava.
Não, não pode ser que a memória falhe e eu esqueça do que meu corpo guardou com tanto cuidado. É cruel demais que os "nãos" que a vida me colocou apaguem a minha sede de viver e experimentar mais e mais das sensações que esses encontros me causaram.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores