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domingo, 26 de janeiro de 2014

Sempre quando começo alguma discussão sobre meus ideias escuto. "Isso não vai resolver". "É assim que é, não há nada que possa ser feito". Meu primeiro pensamento quando escuto frases que certamente me acomodariam é de que a morte não me encontre vazia, sem ter feito o suficiente. 
Me perguntam o que eu mudaria nesse mundo se pudesse. Pois é, aonde começar? Nessa bagunça que é a nossa vida aonde encontrar a ponta do nó que nos aliena?
Vivo em uma bolha, tive educação, viagens de férias, brinquedos de Natal. Realmente, não entendo da pobreza e do preconceito que muitos presenciam todos os dias. Mas não sou indiferente à inocência de toda essa gente que é esmagada por uma rotina de alienação e de frustações. Mesmo porque, me incluo a massa e já levei muita porrada da hipocrisia. 
Escuto meus amigos que vivem uma realidade totalmente diferente da minha. Esses me dizem "é lindo tudo o que você diz, mas nós queremos a solução, não os ideais." Para esses, peço desculpas, porque é fato, não tenho a solução para esse mundo cruel. Já os meus amigos que vivem na mesma bolha que eu, escuto que meus ideias não importam. Sim, talvez não importe a idéia de uma simples pessoa, que não passou pelo sofrimento, pela pobreza e que depois das dez da noite não sai sozinha na rua porque esta é perigosa, cheia de marginais.
Eu só peço para não ser indiferente a nossa história. E que não seja fácil esquecer aquilo que muitas vezes não nos faz dormir. Porque por mais que eu viva em um mundo de faz de contas, está cada vez mais difícil não esfregarem na minha cara que está tudo errado. E minha alma, que quer ser livre, não consegue descansar sabendo que existe um grito preso em minha garganta. Fui ensinada a obedecer e não a contestar. Mas como o ensino é todo errado...contesto. Por que?
Se tivesse  resposta não estaria escrevendo esse texto mostrando minhas frustações de estar perdida em ideais que ninguém acredita. Enquanto não sei o que fazer tento manter vivo em meu pensamento essa pergunta. Como fazer o futuro dos outros não ser indiferente?
Que o que eu vejo na televisão não me deixe acomodada, mas que me de coragem de trilhar um caminho diferente e de descobrir em outras realidades, uma que seja igual para todos.

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