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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Se eu não sei o que eu estou procurando, como é que eu vou reconhecer quando eu encontrar?
Abriram o baú de idas e vindas e de pessoas já esquecidas. Isso é um teste?
O que é que eu preciso provar, ou melhor comprovar para mim mesma? Que não é nada disso que eu quero?
Chega de tanto provar e pouco aprofundar no que eu já conheço. Tem novidade, tem dificuldade, mas tem a certeza de que não é nada disso...
De repente aparece tudo o que eu mais quis. E do nada eu já não tenho vontade de querer tanta coisa assim. Vocês se tornam só mais alguém que um dia eu achei que conhecia.
Rasgo o passado, não porque ele machuque, mas porque meu presente é muito melhor. Este é o presente que eu dou a mim mesma...deixar quieto o que o meu coração escolheu esquecer.
Se não me esqueço é porque faz parte de mim trazer a todo instante as minhas histórias a tona.
Hoje sem querer me vi gritando para ninguém ouvir. Não há nada que eu diga que faça com que mude a transição que estou sofrendo. Sofro, sofro porque sei o que eu não quero, mas está cada vez mais difícil ter certeza do que eu quero.
É isso. Não sei mais do que gosto. Da onde, de repente, me veio tanta incerteza? 
Eu não quero magoar ninguém. Mas também já não posso mais esperar que as coisas mudem.
Hoje eu percebo que não importa o tempo, nem a distância, minha vida é feita de ciclos e eu acabei de encerrar um para começar um novo.
Existem mil razões que me invadem para ficar, mas existe uma que me faz querer ir...Eu não sirvo para isso. Eu não sei me envolver pela metade, e não consigo te querer agora.
Eu mudo junto com o tempo que insiste em passar, mas eu não consigo mudar a forma que eu lido com o que sinto. E eu sinto muito ter percebido tão depressa o que eu queria.
É possível gostar tanto de alguém?
Quando se lembrar de mim, qual recordação vai vir? Vai me procurar ou vai deixar a vontade passar?
Quantas vezes você sem querer se lembrou? Quantas chances teve?
Quem é que invade seu sonho? Ainda é a mesma pessoa...
É a minha vez de procurar o que eu quero...Se eu já achei e não percebi, é o risco que eu corro por correr da minha vontade.
Abraço meu passado, porque quando digo que é para sempre é porque é para ser eterno. Do meu jeito é...Escrevo o que eu já marquei no meu corpo em forma de beijo e cheiro.
Sacudo a poeira que havia nas fotos antigas, talvez você possa entender que eu não gosto mais de você. Mas é estranho continuar gostando tanto assim....Será que eu vou esquecer? Quando eu olho para trás me vem o "para sempre" e quando olho para frente tenho a certeza de que minhas palavras não são da boca para fora. Me traga a paz que eu descobri que posso ter ao lado de alguém. Me faça coberta e seja a descoberta que eu preciso.
Não adianta voltar atrás. O que me procura me encontra indefesa para não aceitar. Desta forma eu aceito que não posso mais me defender. Não se ofenda, um dia alguém vai esbarrar em você e te fazer recordar e vai estar em você querer reviver ou reinventar esta história.
Falo bem baixinho, eu vou ficar...Só não me diga nem quando, nem como...Mas eu ainda quero, eu ainda tenho planos e ainda vou fazer isso durar por toda a vida. Do meu jeito nada especial de ser eu vou dar jeito...

domingo, 22 de abril de 2012

Você promete que não será a última vez?
Prometo.
E assim, ela viu se afastar pela noite quente de dezembro o menino de suas histórias...
O tempo passou e passou depressa. Passou o tempo da inocencia e do único grande amor.
O tempo que se foi, foi caro de gastar. Fotografias foram guardadas, lembranças escondidas e a história foi relembrada tantas vezes dentro da cabeça da menina, até ela se cansar dela e procurar um outro grande personagem para seus contos de fadas.
Foi em uma noite qualquer que o corpo dela estremeceu ao reconhecer o toque sempre exato do menino de suas primeiras histórias. Homem de comparações inconscientes, homem da saudade a muito tempo gostosa de se sentir. Ele estava ali na sua frente, da onde parecia nunca ter saido. Olhando a do mesmo jeito e tentando desvendar o que o tempo fez ele perder.
Eu te prometi que não seria a última vez...
E naquele momento o tempo voltou no passado e trouxe de volta uma canção já adormecida no peito da menina que crescera.
Conversaram como se ontem tivessem prometido se encontrar amanhã.
Se beijaram como se o deserto da espera nunca tivesse deixado a boca seca de saudade. E o toque, o toque despertou o sentimento que o corpo já trazia guardado a tanto tempo dentro dela.
Não eram corpos diferente se conhecendo, era dois corpos se reconhecendo através do tempo que passara...
Não haviam mudado tanto assim, não eram duas pessoas desconhecidas. Mas já não eram a imagem que ela a tanto tempo fizera deles.
O beijo trouxe a tona uma história infantil, anos de uma separação não premeditada e segundos de um encontro no mínimo especial.
Ele era especial, parecia especialmente feito para ela. E guardava ainda o cheiro e o gosto tão caracteristicos de uma paixão.
Foi mais que paixão, ela agora já dona de si, podia diferenciar suas paixões de seus amores. E o primeiro grande amor ela não esqueceu.
Mas, diferente da primeira vez que se encontraram, desta vez ela tinha passado e com seu passado havia passado a imagem que ela construira de seu príncipe encantado. Aquele que a acompanhou, que a acolheu e que disse que não era o tempo deles...
Realmente, não era o tempo deles. Foram perceber então, que o tempo é cruel...Ele mata o que a tanto tempo estava ali guardado como eterno na caixinha de lembranças.
Ela se despediu, sem esperar por escutar novamente a promessa de não ser a última vez.
Ele se despidiu novamente com o tempo como seu aliado. Dizendo o que sempre disse com tanta segurança para a menina de coração de promessas...Não é a última vez.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A menina olhou desconfiada para o caixão e então puxou a saia de sua mãe e perguntou:
- Mãe, como ele sabe que morreu?
A mãe abaixou e olhou nos olhos de sua menina e com pesar disse que ele não sabia que já não vivia.
A menina ávida por entender a vida não se conformou com a resposta. Quis saber ainda:
-Mas para onde é que ele vai?
A mãe, sempre tão cheia de respostas certeiras acariciou os longos cabelos de sua filha e respondeu que ele foi morar em uma casinha junto com uma senhora chamada Saudade. Dessa vez, a pequena parecia ter se conformado com a resposta.
Achou a palavra "saudade" engraçada mas não entendeu o que ela significava.
Certo dia a mãe pegou sua filha observando através da janela e se sentou ao lado para tentar entrar nos pensamentos da garota.
A menina então quis saber aonde é que essa senhora chamada Saudade morava e a mãe com lágrimas nos olhos respondeu que a Saudade morava em todos os lugares. Aonde a gente menos esperava lá estava a Saudade. O pensamento da menina foi óbvio.  "Já que ela está em todo o lugar eu posso visitar aqueles que moram lá." E a mãe sorriu. É claro que podia visita-los, mas a Saudade não deixava ninguém entrar na sua casa. A não ser aqueles escolhidos.
A pequena suspirou e pareceu desta vez ter finalmente entendido. E a mãe deu o assunto por encerrado.
Essa Senhora Saudade, era muito malvada pensou a menina. Afinal, levava quem ela gostava embora e não avisava aonde morava. Encontrou então, sua avó olhando um retrato branco e preto, tocou suavemente no ombro da anciã e viu nos olhos mareados daquela senhora a casinha tão escondida da Saudade.
- Vó, como é que a gente faz para espantar essa tal Saudade ?
A avó sorriu com uma leve tristeza. Agarrou com força o retrato e disse:
-Eu tento espanta-la a muito tempo e toda vez que eu acho que ela finalmente foi embora, alguma coisa me faz lembrar e ela volta, mais forte ainda, com mais vontade de ficar.
A menina foi crescendo e aos poucos a Saudade começou a visita-la e ela então entendeu o que era aquilo que lhe doia no peito, mas que muitas vezes era gostoso de sentir. Foi então, aprender que a Saudade era algo bom, era algo que deixava vivo o que foi embora, que trazia lembranças que não se esquecia. Não se sente saudade do que não era bom, não é mesmo?
Quando mais tarde sua filha lhe perguntou como a pessoa ali deitada no caixão sabia que estava morta a mulher viu nos olhos de sua filha o nascer da Saudade e lhe explicou que ela só não estava mais presente e que continuaria viva para sempre dentro dela. afinal a saudade não deixa certas coisas irem embora.

Dedico este texto para todos aqueles que plantaram dentro de nós a semente da saudade. Especialmente para alguém que se foi antes da hora, que em um piscar de olhos deixou planos, metas, amores, amigos e muita dor para quem ficou. Espero que com o tempo exista essa saudade gostosa de sentir, porque por enquanto ela ainda é cruel e maltrata.
Que mesmo sem saber a resposta a gente compreenda que ele segue vivo dentro de cada um que nunca o esquecerá. Talvez essa seja a função da saudade...fazer com que as pessoas sejam eternas dentro de nós.

domingo, 8 de abril de 2012

Sem amarras, sem esperas. Foi de tanto errar que finalmente se descobriu o momento.
Nao quero nós, quero laços suaves...
Sempre busquei o desassossego das paixoes. O jogo de bem-me-quer e mal-me-quer. Até que entendi que existe algo além da compreençao das brincadeiras de seduçao. Quando o jogo começa a ficar sério a gente sai com medo de perder. E foi neste momento que descobri que nao quero mais jogar.
E entao, pude finalmente perder, perdi essa vontade de ser o espelho do outro, perdi a necessidade de mostrar o tempo todo que eu sou a vencedora.
E continuo perdendo, perco aqueles que se perdem na multidao e que se igualam por nao quererem ser o que já sao e nao sabem ainda. E vou pouco a pouco abrindo mao. O engraçado é que nao sobra quase ninguém. Se até eu me perco, nao é de se estranhar que eu perca os outros.
O jogo se repete e será sempre dessa forma, até o momento em que se perceba que issoé muito pouco para o que eu quero da vida.
Será realmente necessário perder para achar?
Faz tempo que o nó da saudade se desfez. Se acostuma e esse é o castigo para quem escolhe esperar.
Quando perdi, ganhei momentos, beijos, histórias, arrepios. Quando ganhei fiquei vazia.
Façamos da ausencia um momento de frio na barriga e que na presença a gente se perca. Porque se achar é fácil. E afinal de contas, se eu ganho ou perco...ninguém precisa saber.

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