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domingo, 17 de março de 2013

Sem pedir licença

Sentia o ar lhe faltar...Um dia ela chegou a acreditar que era para sempre. E em sua frágil forma de enxergar a vida deixou que o tempo passasse por ela, sem se dar conta da doce ilusão que era acreditar que esqueceria.
O principe de suas histórias romantizadas. O protagonista de seus sonhos, era assim que ela o guardava, sem ao menos ao menos perceber que não deixaria ninguém ocupar o espaço preenchido de sentimentos que talvez só ela sentisse.
Quando o observou parado em sua frente, com o mesmo olhar de mistério, com a mesma forma calma de mostrar o que sentia, soube que o havia guardado por tanto tempo e tão intimamente dentro de si que não conseguia encontrá-lo. Ele era a ilusão do abraço protetor, do beijo de tirar o folego, do homem que iria tirá-la de seu castelo feito de medos.
Será que eles ainda tinham todo aquele tempo como aliados de uma história que merecia pausa para se recuperar o folego?
Seu coração sempre tão cheio de dúvidas e incertezas, questionava aquele ser tão familiarmente desconhecido. E junto com ele veio o medo de passar a vida toda sem se encontrarem. Ele estava ali, na sua frente e parecia que uma vida havia passado e que encontravam zerados, sem passado.
Ele sorriu com o sorriso de desculpas. Desculpava-se por não ter acompanhado tudo que prometera ver de perto e se aproximou daquela que o observava com a ternura reconhecida de quem não se importa com as magoas passadas.
Ela já não sentia saudade. Não queria reviver uma história passada. Não, os detalhes que os uniam haviam se perdido, mas havia algo, um laço invisível que os uniria para sempre, com a mesma cumplicidade de todos os beijos feitos de promessas vazias.
Ela entendeu que sempre o amaria, mas que ele seria apenas lembrança que voltaria sem hora marcada para lhe mostrar que nas pausas impostas pelo tempo ele estaria lá para observar as confusões de sentimentos que só ela sabia sentir. Sem pedir licença, ele voltava, como se daquela história só ele tivesse domínio e fazia a menina enxergar que o que ela tinha não era suficiente, assim como nunca havia sido suficiente a presença sempre ausente daquele homem.

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