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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Para tempo. Passa tempo.

As folhas do calendário já estão rasgadas no chão. O quarto vazio faz eco e as marcas dos antigos quadros molduram a parede amarelada. Para tempo meu! Que o meu tempo não acompanha o ritmo acelerado de suas horas descompassadas. Minha saudade atravessa o dia em camera lenta. Se ao menos eu tivesse um dia a mais para ser a senhora do meu tempo. Procuraria o que perdi enquanto meus olhos piscavam. Caçaria no ar, como borboletas, o amor que se foi feito vento forte, que só deixa marca depois de passar. Contemplaria o mar até eu me perder em sua imensidão ou até ele desvendar meus mistérios.
Corre o ponteiro do relógio...Não! Espera...Deixa eu contemplar a primavera. Deixa o Sol do outono fazer carinho no meu rosto, tão suave quanto o beijo de amor maduro.
Se meu dia durasse mais, tiraria a poeira da prateleira de meus livros antigos e daria vida aos meus personagens favoritos. Aboliria do meu dicionário a palavra "e se" porque não haveria lugar para dúvidas em meu volcabulário.

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