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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"Click"

Acho que já nasci apaixonada, primeiro pelo meu pai e desde então me apaixono todo dia. Na verdade não é que eu me apaixone por milhares de homens...é simples, eu me apaixono por cada personagem que eu crio com o rosto daquela pessoa.
Quando eu tinha uns 5 anos era apaixonada por um japonesinho da minha escola e como não sou de esperar muito...logo pedi ele em namoro. Pronto meu primeiro namorado! Lindo!
Depois eu fui crescendo, vendo muito filme e lendo muitos livros românticos e ai, ai eu comecei a procurar um principe encantado.
Achei, durou uns três anos a minha paixão doentia por um cara que eu via uma vez por ano durante 15 dias e era ele que estampava todas as páginas do meu diário com diversos corações. A paixão é meio brega!
Só que diferente do japinha eu não tomei atitude nenhuma, eu gostava dele assim, longe...Olhava da porta da minha casa ele passando e sentia um frio na barriga e um aperto no coração horrível e isso me alimentava...
Foi quando eu olhei a minha volta e vi que todas as minhas amiguinhas já tinham dado o primeiro beijo e estavam apaixonadas por gente real...Isso me frustou tanto, poxa, eu não queria algo real eu adorava brincar com a minha imaginação.
O engraçado é que o cara que eu dei meu primeiro beijo, na chuva por sinal bem romantico, eu não me apaixonei...Foi um beijinho e pensei..."Ah isso é o real? Gostei." Gostei tanto que não quis saber de dar um beijinho só nele não, tinha que aproveitar. Aproveitei pouco, penso eu. Não deu nem um mês e eu já estava apaixonada por outro...Beijo no cinema, em festinhas...Tudo escondido, é, ele tinha namorada. Mais uma vez eu era louca por algo que não existia, só existia comigo...Eu e minha maldita imaginação fértil!
Foi com esse caso que eu aprendi a fazer os meus enterros da paixão, simples assim, você coloca a música que mais te lembra a pessoa no volume máximo...Ai grita, chora, se olha no espelho para ver se seus olhos clareiam e pronto. Morto e enterrado. Já era!!!
Fico impressionada, porque dá certo mesmo. Não passou nem quinze dias dessa minha paixão devassa e eu "Click" vi ali na minha frente o cara que eu fiquei apaixonada durante pelo menos uns quatro anos. Tudo começou quando ele achou meu brinco caido no pátio da escola...Não teve jeito, foi uma coisa louca que até hoje eu não sei explicar...Só sei dizer que ele foi meu melhor amigo quando eu mais precisei. Era meu porto seguro, mesmo eu sendo totalmente insegura do lado dele...Vai entender...
O enterro desse dai eu só consegui fazer a pouco tempo...
Bom, quando acabou essa tempestade veio uma calmaria imensa. Jurava que depois daquilo, nunca mais sentiria nada parecido em toda minha vida.
Ingenuidade a minha, senti sim...Diferente de todas as minhas outras paixões...porque dessa vez ele também gostava de mim. Com isso eu não soube lidar, aliás até hoje acho que não sei lidar.
Durou bastante até, digo até, porque eu fazia de tudo para que como nos outros casos, não fosse real. Mas era real, bem real...Surtei!!!
É dificil entender que os outros podem se apaixonar por você também...Assusta muito.
Veio então, a fase que eu fiquei mais tempo sem me apaixonar. Me apaixonava, claro, mas nada marcante. Era bem rápido e logo eu fica sozinha de novo.
Vieram minhas paixões de Santos, da Argentina, da Espanha, França aonde eu ia me apaixonava.
Até que eu já tinha me acostumado a ideia de não viver tão intensamente esse sentimento. Ai surgiu ele, que assim como surgiu, foi embora...Esse ai eu enterrei durante uns 9 meses e o falecido vinha me assombrar direto. Acho que depois de tanta assombração quem me enterrou foi ele...
Gosto desse sentimento, porque ele nunca é igual e vem quando você menos espera... Você olha, sem querem prende a respiração e pronto, aconteceu. Quer algo mais simples e complicado que isso?
É desse simples e complicado que sou feita e não sei viver sem...

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